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Professor, Músico, Audiófilo, Cientista Político, Jornalista, Escritor de 1968.

domingo, 4 de julho de 2010

A Europa criou o Brasil

Circula pela internet um boato de teoria conspiratória que diz que tudo foi armado para o Brasil não ser campeão na África. Desde a contratação de Dunga pela CBF, um técnico sem experiência nenhuma na função, que formou um time (quase) sem craques e deu o azar (sorte) de ganhar tudo só perdendo mesmo o objetivo final. Durante as partidas vimos um grupo quase inerte pela falta de criatividade, que tomou ferro dos adversários que o chutaram, bateram, espancaram e desfalcaram, sem que a arbitragem tenha feito algo contra. Muito antes pelo contrário, amarelou-se os principais jogadores brasileiros e atingiu-se o cúmulo quando se expulsou Kaká, o que nunca ocorreu antes no futebol oficial, por uma falta que ele sofreu e pela irritação da falta de punição aos adversários.

A Vitória estaria nos destinada a ser em 2014, quando sediaremos a competição.

É, faz muito sentido, embora eu não creia de fato. Raramente dou fé a estas conspirações secretas que flutuam mais na imaginação criativa dos que enxergam um inimigo oculto por trás de tudo, os paranóicos, com sua criatividade auto-inspiradora. Prefiro enxergar por um outro lado. Esta competição foi criada pelos europeus e para eles mesmos.

Orgulhosamente nos gabamos de termos colocado quatro representantes sul-americanos na quartas, mas no conflito direto com os habitantes do velho mundo tomamos um vareio. Incidimos exatamente no “erro” do qual os treinadores de lá sempre nos acusam: somos emocionais demais e não toleramos derrota. Pois foi exatamente tal fato que desancou Brasil e Argentina das semi-finais, se agravando ainda mais no caso de nossos irmãos portenhos, que se anularam contra os alemães.

Talvez até as oitavas, pelo baixo nível técnico da competição, tenhamos ido com facilidade e até impulsionados pela emoção. Mas quando o controle dos nervos exigiu mais, os Europeus triunfaram, restando-nos apenas o esgualepado Uruguai que só enfrentou, por sorte, times bem inferiores.

Não esqueçamos que o mito fundador de nossa civilização é o genocídio frio e calculista que esses bárbaros do velho continente aqui perpetraram. E quando criaram-nos como seus filhos e eternamente dependentes não nos deram a fibra de reagir a seu cruel morticínio, nem no campo de jogo. Conseguimos quando jogamos nossos índios super-heróis em batalhas espetaculares a superá-los. Dessa vez faltaram os super-heróis que pareciam demasiadamente desprovidos de talento suficiente para romper com a sina de nossa amargurada história.

Essa competição foi pensada para os nervos deles e mesmo a mais bem elaborada teoria conspiratória não consegue apagar o destino de nossos pobres trabalhadores do futebol, suprimidos pela crueza e sangue frio de nossos vis colonizadores, que mitificaram a competição para que seus decendentes a vençam. Ás vezes demos o azar de supera-los.

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