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Professor, Músico, Audiófilo, Cientista Político, Jornalista, Escritor de 1968.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Adeus, Olá!


Deixei onze anos da minha vida pra trás, abri uma nova porta ou janela e corri para um abraço com o futuro. Troquei de emprego. Mas não deixei de ser professor.
Toda a minha experiência veio comigo, enriquecendo o que levo por agora. Todos os meus alunos, colegas e diretores que, de alguma forma, contribuíram em minha formação estão guardados em minhas atitudes diante do que estou vivenciando. No Padre Reus, vulgo Padrécu, fiz muita coisa no ensino médio. Me tornei professor, criei minhas grandes invenções, elocubrei meus melhores planos. Aprendi o que eu faço neste espaço. Fui paraninfo, conselheiro, coordenador e produtor pela primeira vez. Tive muito prazer em ser professor de História e trabalhar com teatro, música, direito e desenho. Me tornei refém dos recreios animados, projetos bem-sucedidos e colegas simpáticos.
Em Eldorado do Sul me pós-graduei no ensino fundamental. Em minha luta pra entender o que é o interior do Brasil, aprendi todos os modos da criançada. Arrisquei jornais, teatros, julgamentos, corais e oficinas. Sempre fui apoiado pelas direções. Meus colegas sempre foram solidários, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza. Me estressei muito e planejei tanto, por pensar que há uma certa lerdeza e alienação cultural, que coloca essa cidade amada em um patamar de mal resolvida, pois há tantas dificuldades latentes, diferentes, e há tão pouco interesse ou conhecimento pra resolvê-las. Mas temos esperança na esperança dos professores e olhares brilhantes das crianças daqui que são sempre maravilhosas
Estou em outro mundo. Meu mundo atual é cercado por incerteza, asperidade. Nunca enfrentei desafios tão grandes. Educar quem tem muito pouco, quem sofre pra viver e vive pra sofrer. Pra quem parece não querer aprender. A escola pra eles parece um grande estorvo. E temos que fingir que ensinamos. Peraí, eu quero conseguir ensinar esses alunos, que são assim tão carentes e desejosos de algo bom, que lhes coloque em um caminho menos incerto diante do futuro. Sim, eu conseguirei isso, é uma aposta em mim mesmo.
Todo mundo tem direito de jogar sua velha vida fora e começar uma outra, ganhando melhor e colhendo novas amizades e experiências. É uma renovação do ciclo das renovações e de grande magnitude, e vai me levar a ter uma vida um pouco melhor e talvez voltar pra minha querência. Agora, no entanto são tempos de saudade. De vidas que virão e se foram. De planos que sumiram e reapareceram se renovando com a esperança do presente.  


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