por Lawrence David
Ah, a pureza da antiga quinta série. O 6º Ano ficou difícil ultimamente. Não chegam com leitura boa e nem facilidade de conversar sobre a matéria. Têm medo de tudo. São carentes. Precisam de um pai (mãe) que lhes ensine tudo, escrever, opinar, pensar, refletir, observar, são tão verdinhos e sem experiência. Tudo é uma curiosidade, tudo é novo até que a lentidão deixa de ser tolerada. Falta de atenção e interesse também. Então os travamos. Paramos para que desçam do carro do desespero para a realidade. Nem sempre a reprovação é justa ou resolve. Algum sabidinho educadinho se salva no meio do caminho. Não devemos duvidar da capacidade que as criancinhas tem de se adaptar! E muitos deles passam?!
Na 6ª (7º ano) se acalmam. Se chegaram até aqui é porque são inteligentes. Dedicados sobreviventes aprenderam a enganar o tempo muito bem. Brincam, descobrem, sorriem, buscam inovar, sem perder o rumo. Pra quem foi de raspão aqui é um novo (grande) risco de se perder. Cuidado! A surpresa e o engano espreitam a cada esquina. Mas admiração e pureza ainda se encontram por aí, apesar das tentações. Se as tentações vencem, tudo pode estar irremediavelmente perdido. Ma sempre resta uma esperança quando se ainda é criança.
Na 7ª é o “The Top”. Rubicão da primeira intelectualidade e deveremos ter controle total da turma nessa altura. Se é o contrário, grandes tristezas, stresses e lamentos, que podem até ser construtivos pra próxima etapa. Mas se está na mão é o paraíso! Vamos, meus pupilos, aprender é bom! Devemos nos esforçar pra sermos críticos, sabermos nos comportar vida afora e sermos adultos. Abre o olho, companheiro. O inimigo está em cada canto, esperando pra atacar quando a gente menos espera. Agora é a hora de juntar nosso montinho de conhecimento pra sair vida afora rico … e sábio, ao menos.
8ª. Cuidado, no final, tudo pode mudar, há há há há ha, o inimigo está aqui. Falsa maturidade, perigo da nação. É de pequenino que se torce o pepino. Não te enganes. Não há nada pior do que ser adulto. Mas chega uma hora em que não se pode mais ser criança e o preço é caro. A coisa toda está acabando. Atrás de que máscara vou me esconder agora? Quem sou eu? Para onde estou indo? Eu não posso mais só brincar. A hora é agora. Ponham o dedo aqui aqueles que querem se tornar maduros e felizes. Que querem achar um lugar ao sol pra viver até a velhice tranquila. Acho que, no fundo, todo mundo quer isso. Então trabalhemos. Mesmo que pareça difícil e custoso largar toda essa mordomia. Era hora de se ajeitar.
Um comentário:
Difícil dosar uma coisa e outra, a infantilidade, a puberdade e a maturidade. Difícil educar. Tiro o chapéu.
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